Os cientistas calculam a idade de qualquer material orgânico contando os átomos de carbono 14 existentes no material. Explicando por partes: o carbono 14 se forma na atmosfera, quando raios cósmicos, vindos do espaço, bombardeiam átomos de nitrogênio. O número 14 é a massa atômica desse tipo de carbono, ou seja, a soma dos 6 prótons com os 8 nêutrons no núcleo de um desses átomos. Acontece que o carbono 14 é radioativo e, ao perder nêutrons, volta a se transformar em nitrogênio 14. Essa transformação ocorre num período bem conhecido: em 5720 anos, o número de átomos de carbono cai pela metade. Assim, comparando-se a quantidade de átomos num fóssil com a existente na atmosfera, os especialistas calculam com boa precisão a idade do objeto. E como o carbono da atmosfera vai parar no fóssil? Ora, ele é absorvido do ar pelos vegetais, por meio da fotossíntese, e depois incorporado pelos animais que se alimentam das plantas. "Por isso, a técnica de datação com carbono 14 só serve para objetos de origem vegetal e animal", diz o químico Atílio Vanin, da Universidade de São Paulo.