Carlos Chagas

    Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas nasceu a 9 de julho de 1879 em Oliveira (MG) e morreu em 11 de fevereiro 1917. Ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro aos 16 anos. Em março de 1903 defendeu a sua tese de doutorado, orientado por Oswaldo Cruz. No ano seguinte foi nomeado médico dos hospitais da Diretoria Geral de Saúde Pública e, em 1905, partiu numa missão solicitada pela Companhia Docas de Santos para controlar uma epidemia de malária na cidade de Itatinga, perto de Santos (SP). De volta ao Rio, foi trabalhar no Instituto Vacinogênico, em Manguinhos (hoje Instituto Oswaldo Cruz). Assumiu a direção em 1917 e permaneceu no posto até a sua morte, em 1934. Chagas ficaria eternizado com a descoberta do protozoário Trypanosoma cruzi (cruzi é uma homenagem a Oswaldo Cruz) em 1908, o agente causador da moléstia que mais tarde receberia o nome de doença de Chagas. O feito ocorreu em Lassance, um vilarejo no interior de Minas Gerais, onde o médico fora combater um surto de malária que se espalhara entre os empregados da Estrada de Ferro Central do Brasil. No vilarejo, Chagas deparou-se com um quadro de difícil interpretação. A população apresentava sinais de insuficiência cardíaca, sendo frequente a morte súbita, inexplicável. O engenheiro responsável pelas obras da estrada de ferro o alertou para a presença no local de uma infinidade de insetos hematófagos (se alimentam de sangue), os barbeiros. Chagas levou alguns para o seu laboratório, improvisado num vagão, e, ao examiná-los, identificou o protozoário até então desconhecido. No ano seguinte, ainda em Lassance, ele diagnostica em Berenice, um bebê de nove meses, o primeiro caso da doença em humanos. A paciente, devido aos cuidados do pesquisador, morreu somente aos 82 anos. Por seus estudos sobre a doença, Chagas foi indicado ao Prêmio Nobel em 1921.